Dado que a catequese é processo formativo, orgânico, progressivo, sistemático, inicial e permanente de educação da fé (cf. DNC 41 e 233), tem como finalidade o fazer discípulos (cf. DNC 34) e que o verdadeiro discípulo é missionário do Reino, “ não há , autêntica catequese sem iniciação à missão, inclusive além fronteiras, como parte essencial da vocação cristã” (DNC 53,g).
A catequese, como momento constitutivo da ação evangelizadora da Igreja, é uma privilegiada ação pastoral que incorpora a dimensão em seu topo, pois supõe a missão, implica a missão e conduz à missão na medida em que proporciona verdadeira conversão e fé, experiência do mistério, integração na vida da comunidade cristã e compromisso responsável com a missão de Cristo e a Igreja.
Por isso, contentar-se com a tradicional tarefa de preparar para os sacramentos da iniciação cristã e dar cursos de Bíblia e de Teologia aos fiéis e, com, isso, encher os templos, demonstra falta de compreensão da verdadeira razão de ser Igreja neste mundo. Cristão sem clara vivência da dimensão missionária de sua vida e da Igreja e consequente compromisso missionário certamente, não completou sua iniciação à vida cristã.
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A iniciação cristã é uma exigência à missão da Igreja nos dias de hoje. A partir da inspiração Catecumenal, somos impelidos a formar cristãos e cidadãos firmes e conscientes, nestes novos tempos, em que a opção religiosa é uma escolha e não simplesmente tradição e imersão cultural. È um dever que temos como servidores do Evangelho. É inserção na totalidade da experiência de fé dentro de uma comunidade em que se identifica a presença ativa do fermento do evangelho e a força transformadora do amor de Jesus. É formar para ser cristão, o que exige o compromisso com a missão em geral, com a transformação da sociedade, com estudo e vivência da Palavra de Deus, com o diálogo ecumênico e inter-religioso, com a promoção das diferentes vocações que, em seu conjunto, permitem uma ação mais ampla na proclamação e vivência do evangelho.
Uma comunidade que assume a iniciação cristã não gera crescimento apenas para os iniciados , mas renova sua vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, pessoas consagradas e agentes de pastoral (cf DAp291).
Fonte: CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico –Catequética.
3ª Semana Brasileira de Catequese.